Você sabia que, no Brasil, as doenças cardiovasculares
aparecem como a principal causa de morte na população? E o risco de mortalidade
cardiovascular aumenta conforme a pressão arterial (PA) se eleva.
É fundamental saber que praticar atividade física regularmente
gera benefícios cardiovasculares tanto para indivíduos normotensos quanto para
hipertensos. É o que explica no artigo abaixo Amanda Nunes Rabello,
profissional da Clínica Corpore.
A Influência da Atividade Física na
Hipertensão Arterial
Amanda Nunes
Rabello
Introdução
No Brasil, as doenças
cardiovasculares (DCV) aparecem como a principal causa de morte na popualção, o
risco de mortalidade cardiovascular aumenta conforme a pressão arterial (PA)
eleva-se. A ocorrência de hipertensão arterial sistêmica (HAS) na população brasileira chega a 30%,
considerando-se valores de PA ≥ 140/90mmHg. A Sociedade Brasileira
de Cardiologia caracteriza como HAS:
(...)uma
condição clínica multifatorial caracterizada por níveis elevados e sustentados de
pressão arterial (PA). Associa-se frequentemente a alterações funcionais e/ou
estruturais dos órgãos-alvo (coração, encéfalo, rins e vasos sanguíneos) e a
alterações metabólicas, com consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares
fatais e não-fatais
Mudanças no estilo de
vida são recomendadas para prevenção e controle da HAS como forma de tratamento
não-farmacológico, por reduzirem a PA e a mortalidade cardiovascular. Essas
mudanças incluem: alimentação saudável, consumo controlado de álcool e sódio,
ingestão de potássio, combate ao sedentarismo e tabagismo.
Atividade Física e Hipertensão
A atividade física
regular gera benefícios cardiovasculares tanto para indivíduos normotensos
quanto para hipertensos, diminuindo a pressão arterial sistólica (PAS) e a
pressão arterial diastólica (PAD), gerando o efeito de hipotensão pós-exercício
e a redução da frequência cardíaca de repouso.
Cornelissen et. al
(2013) realizaram um estudo comparando resultados de treinamentos de endurance,
resistido dinâmico, resistido isométrico e combinado (endurance e resistido).
Encontraram como resultado que todos os tipos de treinamento reduziram de forma
significativa a PAD, e, com exceção do treino combinado, todos reduziram a PAS.
Quando comparados treinamentos de baixa e alta intensidade, houve uma menor
redução da PA em treinamentos de endurance de baixa intensidade; característica
não observada no treinamento resistido, no qual exercícios de baixa e alta
intensidade não apresentaram diferença significativa, entre eles, na PA.
Em estudo realizado por
Barroso et. al (2008) para avaliar a influência da atividade física (AF) em
idosos hipertensos, os voluntários foram distribuídos aleatoriamente em dois
grupos. O grupo controle que recebeu orientações sobre o tratamento
não-farmacológico para HAS, e o grupo de estudo no qual os voluntários
participaram de um programa de AF supervisionada, que consistia em três sessões
semanais com uma hora cada. Foi concluído que a AF supervisionada foi mais
eficiente demonstrando redução significativa da PAD dos indivíduos do grupo de
estudo quando comparados com o grupo controle.
Na Metodologia Coach
4.1 da Clínica Corpore afere-se a PA dos clientes antes, durante e após o treino.
Através desses dados coletados pelos personais, os próprios clientes dão um feedback para seus médicos particulares,
auxiliando no controle de seus medicamentos. Destacamos dois casos em que houve
uma redução de remédio ministrado. Uma mulher, 41 anos, fisicamente ativa,
ministrando Angipress 25mg diarimente. Em seu primeiro mês com treinamento
personalizado a cliente apresentava uma
média de PA 130/80mmHg pré-treino, após cinco meses com duas sessões de uma
hora por semana, esse valor reduziu para uma média de 110/60, o que fez com que
o médico alterasse o mesmo medicamento para dias alternados. O segundo caso, um
homem, 58 anos, fisicamente ativo, ministrando Olmetec HCT 40mg/25mg.
Apresentava PA média 140/90mmHg antes do treino, após três meses realizando
três sessões de uma hora por semana, o valor mais baixo de PA observado foi
100/60mmHg no pré-treino e 90/50mmHg no pós-treino. O médico reduziu o
medicamento de seu paciente para Olmetec HCT 20mg/12,5mg.
Salcedo (2010) mostra
que praticantes regulares do treinamento personalizado buscam essa prática
principalmente por questões relacionadas à saúde. O cliente fica mais seguro ao
realizar AF, e mais comprometido quando compra um atendimento personalizado,
pois terá um cuidado e atenção maior para sua patologia. Dessa forma, o
profissional consegue manter a eficácia do treino em todas as sessões e,
consequentemente, entregará resultados positivos mais rápido do que comparado
com o treino em academias convencionais, sem supervisão eficiente.
Referências
Bibliográficas
·
BARROSO, W.K.S.; JARDIM, P.C.B.V.;
VITORINO, P.V.; BITTENCOURT, A.; MIQUETICHUC,F. Influência da Atividade Física
Programanda na Pressão Arterial de Idosos Hipertensos sob Tratamento
Não-Farmacológico. Revista da Associação
Médica Brasileira, v. 54, n. 4, p. 328 – 333. 2008.
·
CORNELISSEN,
V.A.; SMART, N.A. Exercise Training for Blood Pressure: a Systematic Review and
Meta-analysis. Journal of the American
Heart Association. 2013.
·
MIGUEL,
F.M.; GRINGS, L.A.; PEREIRA, G.B.; LEITE, R.D.; VIEIRA, A.; SOUSA, N.M.F.;
SIMÃO, R.; PRESTES, J. Different Cardiovascular Responses to a Resistance
Training Session in Hypertensive Women Receiving Propanolol Compared with
Normotensive Controls. The Scientific
World Journal. 2012.
·
SALCEDO, J.F. Os Motivos à Prática
Regular do Treinamento Personalizado: Um Estudo com Alunos de Personal Trainer.
Trabalho de Conclusão de Curso. Porto Alegre. 2010
·
Sociedade Brasileira de Cardiologia /
Sociedade Brasileira de Hipertensão /Sociedade Brasileira de Nefrologia. VI
Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. Arq
Bras Cardiol 2010; 95(1 supl.1): 1-51.
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