segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Sarcopenia: benefícios do exercício físico personalizado na manutenção da massa muscular



Você já ouviu fala sobre sarcopenia? Entre os 25 e 65 anos de idade, há uma diminuição substancial da massa magra. Com o avanço da idade, essa síndrome apresenta maior vulnerabilidade, ocasionando maiores riscos de quedas, fraturas, incapacidade e dependência.

Apesar da sarcopenia ser atribuída a diversos fatores, a prática de exercícios físicos, a adoção de uma vida ativa, surgem como recursos extremamente importantes para a manutenção da massa muscular, entre outros benefícios.

No artigo abaixo, Vanessa Marques da Hora, personal trainer da Clínica Corpore Piracicaba, explica exatamente o que é sarcopenia e quais são os benefícios do exercício físico personalizado na manutenção da massa muscular.

SARCOPENIA
 os benefícios do exercício físico personalizado na manutenção da massa muscular
DA HORA, V.M.
Programa de Treinamento Individualizado, Clínica Corpore Piracicaba, Brasil.

INTRODUÇÃO:
A palavra sarcopenia é derivada do vocabulário grego (sarx = carne e penia = perda). De acordo com os autores (Jassen I et al., 2004) e  (Matsudo et al., 2000) entre os 25 e 65 anos de idade há uma diminuição substancial da massa magra, da ordem de 10 a 16%. Com o avanço da idade, essa síndrome apresenta maior vulnerabilidade, ocasionando maiores riscos de quedas, fraturas, incapacidade e dependência. No entanto vários estudiosos apontam para o seu caráter de reversibilidade, não sendo o envelhecimento o único responsável por essa condição (Silva et al., 2006).
Segundo Teixeira (1996) metade do decréscimo funcional no envelhecimento pode de certa forma ser atribuído ao sedentarismo, que acaba tornando os idosos cada vez mais inativos.
Apesar da sarcopenia ser atribuída a diversos fatores, a prática de exercícios físicos, a adoção de uma vida ativa, surgem como recursos extremamente importantes para a manutenção da massa muscular entre outros benefícios. A necessidade do aprimoramento e manutenção da força é de extrema importância para preservação das funções motoras. Com o passar dos anos, nos indivíduos sedentários ocorre um decréscimo dos sistemas fisiológicos que contribui para a diminuição da capacidade funcional e perda da massa muscular (Silva e colaboradores, 2006)
Praticar atividades físicas desde jovem, ajuda a amenizar o processo de sarcopenia (Freiberger et al., 2011). A melhora da aptidão física pode contribuir de forma bastante significativa para a saúde, aumentando desta forma os níveis de qualidade de vida.
Uma das modalidades dentro do treinamento físico que podem auxiliar na manutenção da massa muscular refere-se ao treinamento de força, onde são realizados movimentos com objetivo de vencer determinada resistência. Segundo Simão et. al., (2008) os exercícios resistidos são eficientes no aumento da força, hipertrofia, potência e resistência muscular.
A autora Fiatarone-Singh (1998) declara em seus estudos, que a atividade física possui o papel de modificar as alterações ocorridas na composição corporal. Ainda segundo a autora, levando-se em conta a comparação com indivíduos sedentários, os indivíduos que se mantem ativos, apresentam menores índices de peso, massa corporal, porcentagem de gordura, e menores índices da relação cintura/quadril.
Para que os benefícios da atividade física possam ser sentidos de forma significativa, é necessária a aderência permanente a um programa de exercícios físicos monitorado e personalizado de acordo com as necessidades especificas de cada indivíduo. A prescrição de um treinamento personalizado, antes de tudo passa pela anamnese para identificar a individualidade biológica do indivíduo, histórico pessoal e familiar de doenças, fatores de risco e hábitos alimentares. Em seguida o indivíduo passa por uma avaliação, que tem como objetivo traçar um diagnóstico inicial das condições físicas e da sua composição corporal. E, só então de posse desses dados é feita a elaboração dos meios e métodos que deverão ser utilizados durante o treinamento.
Os indivíduos precisam de autonomia física para exercerem suas tarefas diárias, tarefas essas que exigem o mínimo de aptidão física. Ao fazer parte de um programa de treinamento personalizado e, estruturado de acordo com as suas necessidades, os indivíduos se veem diante de muita praticidade, objetividade, e obtenção de melhores resultados, sejam eles visando saúde, estética, ou performance esportiva.
O acompanhamento de um Personal Trainer durante o exercício físico é de extrema importância diante da necessidade de se obter orientações mais seguras e eficazes. Para alguns indivíduos a pratica de atividade física com atendimento exclusivo representa também uma oportunidade de inter-relacionamento social (ARAGÃO et al., 2002).
Para o psicólogo James Gavin apud Oliveira (1999), determinados indivíduos acabam desistindo do treinamento não supervisionado antes mesmo de desenvolverem o gosto por algum tipo de exercício. 
De acordo com Garay et al., 2008 entre os profissionais da área de saúde há uma preocupação em conscientizar a população sobre a importância da pratica de atividade física, como prevenção primária de saúde, visando amenizar o aparecimento de determinadas doenças.
Estimular os indivíduos a fazerem da atividade física uma prática frequente em seu dia a dia, é contribuir para a melhora da sua saúde, diminuindo os índices de sedentarismo, sarcopenia, entre outros maus causados pela inatividade. Desta forma o trabalho desempenhado por um Personal Trainer vai muito além da prescrição e acompanhamento durante a atividade física.
Segundo Pinheiro (2000) um programa de treinamento deve ser baseado no grau de condicionamento físico inicial e no objetivo do cliente, sendo desenvolvido de forma permanente com estímulos de motivação e determinação, promovendo o bem-estar físico e mental do indivíduo.
As pessoas que praticam atividade física de forma orientada, costumam adotar uma rotina mais ativa e, normalmente o perfil dessas pessoas que procuram um programa de treinamento personalizado, o fazem com o objetivo de alcançar melhores resultados, incentivo para manterem bons hábitos, segurança na execução dos movimentos, qualidade e motivação pela atenção que lhe é dispensada (MELHER, 2000).
Entre as pessoas que não praticam nenhuma atividade física, é comum serem apontadas algumas dificuldades, como falta de estimulo para se exercitarem sozinhas, falta de preparo e conhecimento de alguns profissionais da área e, o receio de que aquela prática possa causar algum tipo de lesão. Todas essas dificuldades certamente afastam cada vez mais as pessoas daquilo que só trará bem-estar e saúde.
Acerca do que fora descrito acima como sendo de suma importância para amenizar a perda de massa muscular, fica claro que a prática de exercícios físicos feitos de forma regular ajuda a diminuir os riscos causados pela inatividade ao longo dos anos. Fica claro também que fazer parte de um programa de treinamento personalizado, além de trazer segurança, faz com que o indivíduo tenha seus resultados otimizados, onde cada detalhe é pensado de acordo com as suas necessidades. Exercício físico é vida, exercício físico feito de forma personalizada é vida com qualidade.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

American College of Sports Medicine. Position Stand: Progression models in resistance training for healthy adults. Med..  Sci.  Sports Exerc. Med..  Sci.  Sports Exerc. Med. Sci. Sports Exerc. 2002; 34 (2): 364-380.
Aragão, J.C.B. et al. RML e autonomia - efeitos da resistência muscular localizada visando a autonomia funcional e a qualidade de vida do idoso. Fitness & Performance Journal, v.1, n.3, Maio. 2002.
Fiatarone-Singh, M. A. Body composition and weight control in older adults. In: LAMB, D. R.; MURRAY, R. Perspectives in exercise science and sports medicine: exercise, nutrition and weight control.  v. 111. Carmel: Cooper, 1998a. p. 243-288.
Freiberger E, Sieber C, Pfeifer K. Physical activity, exercise, and sarcopenia - future challenges. Wien Med Wochenschr. 2011 Sep;161(17-18):416-25. DOI 10.1007/s10354-011-0001-z.
Janssen I, Baumgartner RN, Ross R, Rosenberg IH, Roubenoff R. Skeletal Muscle Cutpoints Associated with Elevated Physical Disability Risk in Older Men and Women. Am J Epidemiol. 2004 Feb 15; 159(4):413-21.
Garay, L. C. Silva, I. L, Bereford, H. O treinamento personalizado: Um enfoque paradigmático da performance para o bem-estar. Rio de Janeiro V. 4 n. 1 Jan. Jun.2008
Matsudo SSM, Matsudo VKR, Barros Neto TL. Impacto do envelhecimento nas variáveis antropométricas, neuromotoras e metabólicas da aptidão física. Revista brasileira de ciência & movimento. 2000;08(04): 21-32
Oliveira, R.  Personal trainer: uma abordagem metodológica. São Paulo: Atheneu. 1999
Pinheiro, D. R. V. O perfil do personal trainer: na perspectiva de um treinamento físico orientado para saúde, estética e esporte. (Dissertação de Mestrado) Ciência da Motricidade Humana, Universidade Castelo Branco, Rio de Janeiro, 2000.  179 p.
Simões RA,  Souza  TMF,  Cesar  MC,  BORIN  JP,  Gonelli  RG,  Montebelo  MIL.  Efeitos do treinamento de resistência de força com alto número de repetições no consumo máximo de oxigenio e limiar ventilatório de mulheres.   Revista   Brasileira   de Medicina   do   Esporte.  V.14,  n.6,  p.513­  517, 2008.
Galvão, A. Quem é o personal trainer? Jornal Saúde em Movimento. 1o Encontro centro-oeste de Atividade Física. Brasília 1997.
Adami, G.F.; Ramberti, G.; WEISS, A Quality of life in obese subjects following biliopancreatic diversion. Behavior Medicine, v.31, n.2, summer, p.53-60. 2005.

Melher, L. I. A. Aumenta a procura por personal trainer: Jornal Laboratório da Faculdade de Artes e Comunicação da Universidade Santa Cecília-UNISANTA- Esporte 2000.

Nenhum comentário:

Postar um comentário