quarta-feira, 22 de outubro de 2014

A importância da atividade física no combate à hipertensão arterial

Você sabia que, no Brasil, as doenças cardiovasculares aparecem como a principal causa de morte na população? E o risco de mortalidade cardiovascular aumenta conforme a pressão arterial (PA) se eleva.

É fundamental saber que praticar atividade física regularmente gera benefícios cardiovasculares tanto para indivíduos normotensos quanto para hipertensos. É o que explica no artigo abaixo Amanda Nunes Rabello, profissional da Clínica Corpore.

A Influência da Atividade Física na Hipertensão Arterial
Amanda Nunes Rabello
CREF 097752 - G/SP
Introdução

No Brasil, as doenças cardiovasculares (DCV) aparecem como a principal causa de morte na popualção, o risco de mortalidade cardiovascular aumenta conforme a pressão arterial (PA) eleva-se. A ocorrência de hipertensão arterial sistêmica (HAS) na população brasileira chega a 30%, considerando-se valores de PA ≥ 140/90mmHg. A Sociedade Brasileira de Cardiologia caracteriza como HAS:
(...)uma condição clínica multifatorial caracterizada por níveis elevados e sustentados de pressão arterial (PA). Associa-se frequentemente a alterações funcionais e/ou estruturais dos órgãos-alvo (coração, encéfalo, rins e vasos sanguíneos) e a alterações metabólicas, com consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e não-fatais
Mudanças no estilo de vida são recomendadas para prevenção e controle da HAS como forma de tratamento não-farmacológico, por reduzirem a PA e a mortalidade cardiovascular. Essas mudanças incluem: alimentação saudável, consumo controlado de álcool e sódio, ingestão de potássio, combate ao sedentarismo e tabagismo.

Atividade Física e Hipertensão

A atividade física regular gera benefícios cardiovasculares tanto para indivíduos normotensos quanto para hipertensos, diminuindo a pressão arterial sistólica (PAS) e a pressão arterial diastólica (PAD), gerando o efeito de hipotensão pós-exercício e a redução da frequência cardíaca de repouso.
Cornelissen et. al (2013) realizaram um estudo comparando resultados de treinamentos de endurance, resistido dinâmico, resistido isométrico e combinado (endurance e resistido). Encontraram como resultado que todos os tipos de treinamento reduziram de forma significativa a PAD, e, com exceção do treino combinado, todos reduziram a PAS. Quando comparados treinamentos de baixa e alta intensidade, houve uma menor redução da PA em treinamentos de endurance de baixa intensidade; característica não observada no treinamento resistido, no qual exercícios de baixa e alta intensidade não apresentaram diferença significativa, entre eles, na PA.
Em estudo realizado por Barroso et. al (2008) para avaliar a influência da atividade física (AF) em idosos hipertensos, os voluntários foram distribuídos aleatoriamente em dois grupos. O grupo controle que recebeu orientações sobre o tratamento não-farmacológico para HAS, e o grupo de estudo no qual os voluntários participaram de um programa de AF supervisionada, que consistia em três sessões semanais com uma hora cada. Foi concluído que a AF supervisionada foi mais eficiente demonstrando redução significativa da PAD dos indivíduos do grupo de estudo quando comparados com o grupo controle.
Na Metodologia Coach 4.1 da Clínica Corpore afere-se a PA dos clientes antes, durante e após o treino. Através desses dados coletados pelos personais, os próprios clientes dão um feedback para seus médicos particulares, auxiliando no controle de seus medicamentos. Destacamos dois casos em que houve uma redução de remédio ministrado. Uma mulher, 41 anos, fisicamente ativa, ministrando Angipress 25mg diarimente. Em seu primeiro mês com treinamento personalizado  a cliente apresentava uma média de PA 130/80mmHg pré-treino, após cinco meses com duas sessões de uma hora por semana, esse valor reduziu para uma média de 110/60, o que fez com que o médico alterasse o mesmo medicamento para dias alternados. O segundo caso, um homem, 58 anos, fisicamente ativo, ministrando Olmetec HCT 40mg/25mg. Apresentava PA média 140/90mmHg antes do treino, após três meses realizando três sessões de uma hora por semana, o valor mais baixo de PA observado foi 100/60mmHg no pré-treino e 90/50mmHg no pós-treino. O médico reduziu o medicamento de seu paciente para Olmetec HCT 20mg/12,5mg.
Salcedo (2010) mostra que praticantes regulares do treinamento personalizado buscam essa prática principalmente por questões relacionadas à saúde. O cliente fica mais seguro ao realizar AF, e mais comprometido quando compra um atendimento personalizado, pois terá um cuidado e atenção maior para sua patologia. Dessa forma, o profissional consegue manter a eficácia do treino em todas as sessões e, consequentemente, entregará resultados positivos mais rápido do que comparado com o treino em academias convencionais, sem supervisão eficiente.

 Referências Bibliográficas
·         BARROSO, W.K.S.; JARDIM, P.C.B.V.; VITORINO, P.V.; BITTENCOURT, A.; MIQUETICHUC,F. Influência da Atividade Física Programanda na Pressão Arterial de Idosos Hipertensos sob Tratamento Não-Farmacológico. Revista da Associação Médica Brasileira, v. 54, n. 4, p. 328 – 333. 2008.
·         CORNELISSEN, V.A.; SMART, N.A. Exercise Training for Blood Pressure: a Systematic Review and Meta-analysis. Journal of the American Heart Association. 2013.
·         MIGUEL, F.M.; GRINGS, L.A.; PEREIRA, G.B.; LEITE, R.D.; VIEIRA, A.; SOUSA, N.M.F.; SIMÃO, R.; PRESTES, J. Different Cardiovascular Responses to a Resistance Training Session in Hypertensive Women Receiving Propanolol Compared with Normotensive Controls. The Scientific World Journal. 2012.
·         SALCEDO, J.F. Os Motivos à Prática Regular do Treinamento Personalizado: Um Estudo com Alunos de Personal Trainer. Trabalho de Conclusão de Curso. Porto Alegre. 2010

·         Sociedade Brasileira de Cardiologia / Sociedade Brasileira de Hipertensão /Sociedade Brasileira de Nefrologia. VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. Arq Bras Cardiol 2010; 95(1 supl.1): 1-51.


Nenhum comentário:

Postar um comentário