segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Exercícios X Diabetes

As edições do Corpore Technical abordam diversos assuntos importantes relacionados à atividade física, alimentação e saúde em geral. Os autores dos artigos são professores das unidades Corpore.

O Diabetes Mellitus (DM), por exemplo, é uma doença crônica que vem crescendo em grande escala e, por isso, causa grande preocupação na população. É dividido em quatro classes: DM tipo I; DM tipo II; DM Gestacional e outros tipos específicos.

No trabalho abaixo, Mônica Marinato Nicasso, profissional da Corpore, explica a influência do exercício resistido nos níveis glicêmicos de um indivíduo diabético tipo II. Vale a pena conferir. 

Ilustrativa

Influência do exercício resistido nos níveis glicêmicos em um indivíduo não atleta diabético tipo II

I. RESUMO

O Diabetes Mellitus (DM) é uma doença crônica que vem crescendo em grande escala, principalmente nos países em desenvolvimento. É um importante problema mundial de saúde, tanto em termos no número de pessoas afetadas, incapacidade, mortalidade prematura e quanto nos custos envolvidos no controle e no tratamento de suas complicações. Pode ser causada por uma deficiência do pâncreas na produção de insulina ou por incapacidade da insulina exercer adequadamente suas funções. É dividido em quatro classes: DM tipo I; DM tipo II; DM Gestacional e outros tipos específicos a outras patologias como pancreatites alcoólicas, infecções, uso de certos medicamentos que elevam a glicose (cortisonas, diuréticos-tiazídicos e beta-bloqueadores), ou outras doenças endócrinas. Este trabalho teve por objetivo analisar o efeito agudo do exercício resistido nos níveis de glicemia em um indivíduo não atleta diabético tipo II do gênero feminino. Como resultados obteve-se que a glicemia pós sessão de exercícios resistidos teve uma redução significativa (pós 30 minutose pós 60 minutos).Foram realizados: avaliação física, teste de 1CVM (contração voluntária máxima) e 6 sessões de exercícios resistidos em dias alternados. A metodologia da sessão foi: 3 séries de 15 repetições cada, com 1 minuto de intervalo na intensidade de 60% de 1 CVM, o intervalo entre as séries foi de 2 minutos. O programa utilizado nas sessões foi alternado por seguimento, a fim de evitar uma fadiga localizada precoce (GUEDES, 2007), na seguinte ordem: Leg press 45°, Supino Inclinado Máquina, Extensora, Puxador Frente, Flexora Vertical com caneleiras (a voluntária não conseguia realizar o exercício na Máquina Flexora Horizontal) e Bíceps com Halteres. Os instrumentos utilizados para a coleta de dados foram glicosímetro, fita reagente, monitor cardíaco digital e frequencímetro. Segundo os estudos de COLDBERG (2002), DULLIUS (2007), FORJAZ (1998) e MAUVAIS-JARVIS (2003), citados por ARAÚJO et al (2009), o aumento da captação e utilização de glicose durante o exercício está diretamente relacionado à intensidade e duração do exercício. Durante os trinta minutos iniciais da atividade física leve a moderada, a glicemia não sofre alterações, porém se o exercício físico se prolongar (mais que trinta minutos), há uma tendência de queda glicêmica a partir do sexagésimo minuto. Pode-se perceber efeito favorável do exercício resistido na glicemia capilar. Tanto para ERIKSSON (1999) quanto para GUEDES (2007), a combinação entre o exercício resistido e o treinamento aeróbico pode maximizar a sensibilidade à insulina, quando comparados com resultados individuais desses programas.

Os principais benefícios agudos decorrentes da prática da atividade física são:

- Aumento da ação da insulina;

- Aumento da captação de glicose pelo músculo;

- Captação da glicose no período pós-exercícios;

- Aumento da sensibilidade celular à insulina.

Já os principais benefícios crônicos são os seguintes:

- Incremento das funções cárdio-respiratórias (diminuição da frequência cardíaca de repouso; diminuição da pressão arterial em repouso; aumento do VO² máximo);

- Incremento da força e da resistência (aumento da força muscular);

- Aumento da ação da insulina.

Para o “AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE” (2002), deve ser seguido uma rotina de exercícios embasada em três pilares: exercícios aeróbios, exercícios resistidos e exercícios de flexibilidade.

REFERÊNCIAS


- AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. Diretrizes do ACSM para os Testes de Esforço e sua Prescrição. 6 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2002. Input, REVISTA SOCIEDADE DE CARDIOLOGIA DO ESTADO DE SÃO PAULO — Vol 15 — No 6 (supl A),p.8 — Novembro/Dezembro de 2005.

- AMERICAN DIETTETIC ASSOCIATION; Manual of Clinical Dietetics. Role of cardiovascular risk factors in prevention and treatment of macrovascular desease in diabetes. Diabetes care, n.12, p.573, 1998.

- BORG G. Escalas de Borg para a dor e o esforço percebido. São Paulo, Manole, 2000.

- COLDBERG S. Atividade Física e Diabetes. Editora Manole, p. 316, 2002. Input, ARAÚJO R. A. DE; PRADA A. C. B.; CÓRDOVA C. DE O. DE; PRADA F. J. A.; O Exercício físico no controle glicêmico de diabéticos freqüentadores do programa pé-diabético no hospital regional de Taguatinga. Artigo. 2009.

- ERIKSSON, J. G. Exercise and the treatment of type 2 diabetes mellitus. Sports. Med., v.27, n.6, p.381-91, 1999. Input, GUEDES D. P., SOUZA T. P., ROCHA A. C. Treinamento personalizado em musculação. São Paulo: Phorte Editora, 2008.

- GUEDES D. P. Musculação: estética e saúde feminina. 3a Edição. São Paulo: Phorte Editora, p.118, 2007.

- GUEDES D. P., SOUZA T. P., ROCHA A. C. Treinamento personalizado em musculação. São Paulo: Phorte Editora, 2008.

- CAMBRI L. T. e SANTOS D. L. dos. Influência dos exercícios resistidos com pesos em diabéticos tipo 2. Motriz, Rio Claro, v.12 n.1 p.33-41, jan./abr. 2006.

- MAUVAIS-JARVIS F. Glucose response to intense aerobic exercise in type 1 diabetes. Diabetes Care 26, 4, 2003. Input, ARAÚJO R. A. DE; PRADA A. C. B.; CÓRDOVA C. DE O. DE; PRADA F. J. A.; O Exercício físico no controle glicêmico de diabéticos freqüentadores do programa pé-diabético no hospital regional de Taguatinga. Artigo. 2009.

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