quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Tudo o que você precisa saber sobre a diabetes


No artigo de hoje, Camila Nardin, personal trainer da Corpore Piracicaba, explica o que é diabetes e como a atividade física pode ser importante para o portador da doença.

Camila é bacharel em Educação Física pela Universidade Metodista de Piracicaba.

O que é diabetes?

Quando consumimos qualquer tipo de alimento, após a digestão no intestino, ele se transforma em açúcar (glicose) – que é absorvida pelo sangue, onde é utilizada em forma de energia. A utilização da mesma depende da presença de insulina, uma substância produzida nas células do pâncreas. Quando a glicose não é bem utilizada pelo organismo, ela se eleva no sangue, no que chamamos de hiperglicemia, e esse sintoma é denominado como diabetes.

Quais são os diferentes tipos de diabetes e como tratar?

Existem 3 tipos de diabetes, tipo I, tipo II e diabetes gestacional.

Na diabetes tipo I, a produção de insulina do pâncreas é insuficiente pois suas células sofrem de destruição autoimune. Os portadores necessitam de injeções diárias de insulina para manterem a glicose no sangue em valores normais, há risco de vida se as doses de insulina não são dadas diariamente, sendo comum em crianças, adolescentes e adultos jovens.

A tipo II corresponde a 90% dos casos de diabetes, ocorre geralmente em pessoas obesas com mais de 40 anos de idade em virtudes de maus hábitos alimentares, sedentarismo e estresse. Nesse tipo de diabetes encontra-se a presença de insulina, porém, sua ação é dificultada pela obesidade, há uma resistência insulínica. Por apresentar sintomas amenos, na maioria das vezes permanece sem diagnóstico e sem tratamento, o que favorece a ocorrência de suas complicações no coração e no cérebro.

A Diabetes Gestacional ocorre devido às adaptações na produção hormonal materna para permitir o desenvolvimento do bebê: a placenta reduz a ação da insulina, o pâncreas materno consequentemente aumenta a produção da mesma para compensar essa redução. Mas, em algumas mulheres, esse processo não ocorre e elas desenvolvem quadro de diabetes gestacional caracterizado pelo aumento do nível de glicose no sangue.

Quando o bebê é exposto a grandes quantidades de glicose ainda no ambiente intrauterino, há maior risco de crescimento fetal excessivo e, consequentemente, partos traumáticos, hipoglicemia neonatal e até de obesidade e diabetes na vida adulta.

A diabetes gestacional deve ser tratada através de uma orientação nutricional adequada a cada período de gravidez e atividade física para redução dos níveis glicêmicos, desde que seja liberada pelo médico e avaliada se existe alguma contraindicação, como risco de trabalho de parto prematuro.

Gestantes que mesmo assim não conseguem ter um controle adequado com dieta e atividade física têm indicação de associar uso de insulinoterapia com o objetivo de normalização da glicose materna. Quando tratada de maneira adequada, os bebês nascerão saudáveis, além disso, o aleitamento materno pode reduzir o risco de diabetes permanente após o parto.

Como e por que a atividade física pode ser importante para o portador de diabetes?

Para os portadores de diabetes, a atividade física é parte fundamental do tratamento, assim como é o uso de medicamentos e a dieta alimentar. Os exercícios regulares ajudam a diminuir e/ou manter o peso corporal, contribuem para uma melhora do controle glicêmico, diminuem a resistência insulínica e, consequentemente, reduzem o risco de complicações. Apesar de suas vantagens, uma boa parte da população é inativa ou se exercita em níveis insuficientes para alcançar resultados satisfatórios. Estudos apontam que apenas 19-30% dos pacientes portadores de diabetes aderem a prescrições de exercícios.

Os benefícios da atividade física são inúmeros, não só em indivíduos que possuem diabetes, como também outras doenças. A atividade física aumenta o consumo da glicose, aumenta a concentração basal da insulina, aumenta a resposta dos tecidos à insulina, melhora o perfil lipídico, aumenta a concentração de HDL, diminui a concentração de LDL, diminui triglicerídeos, contribui com a pressão arterial, aumenta o gasto energético, favorece a redução do peso corporal, diminui a massa total de gordura, preserva e aumenta a massa muscular, melhora o funcionamento do sistema cardiovascular, aumenta a força, promove uma sensação de bem-estar e melhora a qualidade de vida.

A atividade física contribui para o aumento do consumo de glicose como fonte de energia, contribuindo para o controle da glicemia. Dias após o fim do exercício, esse efeito é prolongado, a deficiência ou excesso de insulina pode ser alterado devido a essa resposta metabólica sendo a atividade física uma das indicações mais apropriadas para corrigir a resistência à insulina e controlar a glicemia na diabetes tipo 2.

Para saber se você tem diabetes, basta fazer um exame de sangue feito com uma gota de sangue e glicemia capilar, não demora mais que 3 minutos para saber o resultado, porém, caso seja notado um aumento considerável de taxa glicêmica, deve-se realizar um exame mais profundo sendo solicitado o teste oral de tolerância a glicose (conhecido como curva glicêmica).


FONTE:

- SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES

- FECHIO, J.J.; MALERBI, F. E. K. Adesão a um programa de atividade física em adultos portadores de diabetes. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia. Vol. 48. No 2. São Paulo, 2004.

- MERCURI, N.; ARRECHEA, V. Atividade física e diabetes mellitus. Diabetes clinicas. Buenos Aires, 2001.




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